Você conhece a dança nacional do México? Sabia que ela já foi proibida?! Então, lhes apresento o Jarabe Tapatío.
Conhecida também como dança mexicana do chapéu, e surgiu por volta do século 19 e muitos dos seus elementos remetem as danças como a zambra e o jarabe gitano que eram danças espanholas já conhecidas e popularizadas na época. Houveram muitas outras versões do Jarabe, como o de Jalisco e o de Moreliano, mas o de Tapatío é ainda hoje a mais conhecida.
Há evidências que documentam a primeira aparição desta dança no final do século 18, onde eram praticadas por pares de mulheres, que a usavam como uma forma de evitar a represália e desaprovação da igreja, já que era uma dança onde não havia toques entre seus pares, entretanto, logo essa dança se tornou uma dança de cortejo entre homens e mulheres.
O Jarabe Tapatío surgiu basicamente como dito anteriormente, como uma dança de flerte na cidade de Guadalajara em Jalisco, inclusive por isso se chama Tapatío, que se refere as pessoas nascidas em Guadalajara. E por um bom tempo foi amplamente performada, até que ainda no século 19, a dança foi proibida em todo o país pelas autoridades coloniais e religiosas, alegando que os movimentos eram sensuais demais, desafiando não só o domínio espanhol como os costume da igreja.
Contudo, mesmo com a proibição, o povo mexicano se rebelou por meio da arte, continuando a dançar e se expressar por meio do Jarabe Tapatío, desafiando de forma sutil seus colonizadores e fazendo uma declaração pela liberdade através de seus corpos.
Então, em 1821 quando o México conquistou sua independência, a Jarabe Tapatío que já era popular, ganhou então status nacional juntamente com as outras danças folclóricas. Mas só em 1924, foi que se tornou então consolidada como “dança nacional”, quando por meio do professor de música Jesús González Rubio, foi composta então a melodia para a dança, e que veio a se tornar então o padrão musical para o símbolo nacional que a Jabare Tapatío havia se tornado.
A DANÇA ROMÂNTICA DO JARABE TAPATÍO
Os movimentos remetem a uma história de cortejo, protagonizada normalmente entre um homem e uma mulher.
Inicialmente o homem tira o sombreiro perante a mulher – agora sabemos por que também se chama dança do chapéu – jogando-o a seus pés, que por sua vez dança ao redor do sombreiro para enfim pegá-lo, iniciando-se a dança entre o casal, que é feita com movimentos românticos, pois afinal se trata de uma história de romance, terminando com os rostos do casal escondido atrás do chapéu, deixando o público então assumir que estão selando um beijo comprovando um interesse amoroso mútuo.
Na dança, as roupas que usam são amplamente conhecidas tanto nacional como internacionalmente e se tornaram símbolos da herança mexicana. As mulheres usam um estilo de roupa que se chama China Poblana, sendo uma blusa e saia amplas e bem coloridas, que surgiu segundo a lenda de uma princesa indiana do século 17 que fora sequestrada e enviada para o México, e que encantou a todos com suas roupas de cores vibrantes, cujas mulheres mexicanas começaram a copiar embelezar mesclando com os gostos indígenas da época. Enquanto que os homens usam um terno com bordados metálicos denominado Charro, e calças também repletas de brilhos como botões prateados para destacar seus golpes de chute, batida e sapateado.
CONCLUSÃO
A Jarabe Tapatío é a dança nacional do México, mas seu significado vai além disto, ela representa a identidade nacional, relembrando a rebeldia do povo mexicano contra aqueles que o oprimiam e dominavam. O encanto, a graça e as cores da dança, celebram a tradição e o romance, e conquistam corações mundo afora de pessoas que admiram e tem apreço pela história e cultura da arte do México. É mais que uma dança, é um grito popular, é a liberdade.
